Na primeira noite eles se aproximam roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo o nosso medo arranca-nos a voz da garganta. E já não dizemos nada. (Eduardo Alves da Costa – escritor e poeta brasileiro - 1936 – Trecho do poema: "No caminho, com Maiakóvski", escrito durante da ditadura militar)
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