Patricia Mara da Silva. Advogada, Coordenadora da Escola
Popular de Direito do Consumidor da ABCCON/MS. (patriciaconsumidor@gmail.com e
Parece que a indústria, por
motivos econômicos (aumentar lucros com redução de custos sem nenhuma
contrapartida), resolveu mudar o conceito de computador.
Para o consumidor, computador
sempre foi uma máquina de processamento de dados composta pelo Monitor
(tela), CPU, teclado e mouse.
Ocorre que o mercado está
deixando de oferecer o monitor. Os vendedores dizem que agora o equipamento é considerado
um televisor e por este motivo é vendido separadamente.
Sendo assim, se o consumidor
quiser adquirir um computador para pagamento à prazo em uma loja de
eletrodomésticos terá que fazer dois financiamentos.
O mais interessante é que o
kit diminuiu, mas o preço não.
Isto é vulnerabilidade!!
Os consumidores não têm
controle sobre o que e como a indústria produz.
Os consumidores poderiam
influenciar muito se nossas associações, como por exemplo, a ABCCON-MS, tivesse
a adesão da sociedade, ou seja, se fôssemos educados para o associativismo.
Mas ainda não somos.
Enquanto isso a moda está
pegando.
Desmembrar ou no mínimo
excluir a possibilidade do consumidor comprar um produto que só funcionará plenamente
mediante a aquisição de “kit de equipamentos” está cada vez mais presente.
Há alguns anos atrás escrevi
sobre as vassouras sem cabo.
Tem
fornecedor vendendo vassoura sem cabo por aí. O produto foi desmembrado e
transformado em dois como se fosse uma opção do consumidor levar o cabo ou não.
Por acaso é melhor utilizar a vassoura sem o cabo? É claro que não. A razão
desta opção mercadológica não é outra senão aumentar os lucros, pois, não houve
redução nos preços das vassouras sem o cabo. A saída do consumidor deve ser a
mesma adotada no caso da redução de quantidade nos rolos de papel higiênico, o
boicote. Portanto, não compre vassouras e cabos separados. Procure adquirir
este produto de fabricantes éticos, que respeitem o consumidor, ou seja,
aqueles que ainda vendem a vassoura junto com o cabo. Utilize também os SACs
das empresas para reclamar. Os fornecedores precisam saber que seus
consumidores estão descontentes com a mudança. Se a moda pega, daqui a pouco teremos à venda
“malas sem alça”. Olho vivo!
Publiquei o texto acima no
meu blog (http://patriciaconsumidor.blogspot.com.br)
no dia 6/10/10. Na ocasião orientei o consumidor a boicotar tais vassouras.
Bom, agora já não é mais possível fazer isto, por todas as vassouras disponíveis
no mercado vem sem cabo, e preço se elevou.
Que sujeira!
Antigamente, nas aulas de
empreendedorismo se ensinava como transformar boas ideias em novos produtos.
Agora o mercado aprendeu, sei lá como, a transformar produtos em novos produtos
sem nenhum benefício para o consumidor, parece não haver limites para a sede
por lucro.
Fornecedores com esta
postura são verdadeiras malas-sem-alça!!!
Reclamem!