quarta-feira, 28 de agosto de 2013

VENDEM-SE MALAS SEM ALÇA

Patricia Mara da Silva. Advogada, Coordenadora da Escola Popular de Direito do Consumidor da ABCCON/MS. (patriciaconsumidor@gmail.com e

Parece que a indústria, por motivos econômicos (aumentar lucros com redução de custos sem nenhuma contrapartida), resolveu mudar o conceito de computador.
Para o consumidor, computador sempre foi uma máquina de processamento de dados composta pelo Monitor (tela), CPU, teclado e mouse.

Ocorre que o mercado está deixando de oferecer o monitor. Os vendedores dizem que agora o equipamento é considerado um televisor e por este motivo é vendido separadamente.

Sendo assim, se o consumidor quiser adquirir um computador para pagamento à prazo em uma loja de eletrodomésticos terá que fazer dois financiamentos.

O mais interessante é que o kit diminuiu, mas o preço não.

Isto é vulnerabilidade!!

Os consumidores não têm controle sobre o que e como a indústria produz.

Os consumidores poderiam influenciar muito se nossas associações, como por exemplo, a ABCCON-MS, tivesse a adesão da sociedade, ou seja, se fôssemos educados para o associativismo.

Mas ainda não somos.

Enquanto isso a moda está pegando.

Desmembrar ou no mínimo excluir a possibilidade do consumidor comprar um produto que só funcionará plenamente mediante a aquisição de “kit de equipamentos” está cada vez mais presente.

Há alguns anos atrás escrevi sobre as vassouras sem cabo.

Tem fornecedor vendendo vassoura sem cabo por aí. O produto foi desmembrado e transformado em dois como se fosse uma opção do consumidor levar o cabo ou não. Por acaso é melhor utilizar a vassoura sem o cabo? É claro que não. A razão desta opção mercadológica não é outra senão aumentar os lucros, pois, não houve redução nos preços das vassouras sem o cabo. A saída do consumidor deve ser a mesma adotada no caso da redução de quantidade nos rolos de papel higiênico, o boicote. Portanto, não compre vassouras e cabos separados. Procure adquirir este produto de fabricantes éticos, que respeitem o consumidor, ou seja, aqueles que ainda vendem a vassoura junto com o cabo. Utilize também os SACs das empresas para reclamar. Os fornecedores precisam saber que seus consumidores estão descontentes com a mudança.  Se a moda pega, daqui a pouco teremos à venda “malas sem alça”. Olho vivo! 

Publiquei o texto acima no meu blog (http://patriciaconsumidor.blogspot.com.br) no dia 6/10/10. Na ocasião orientei o consumidor a boicotar tais vassouras. Bom, agora já não é mais possível fazer isto, por todas as vassouras disponíveis no mercado vem sem cabo, e preço se elevou. 

Que sujeira!

Antigamente, nas aulas de empreendedorismo se ensinava como transformar boas ideias em novos produtos. Agora o mercado aprendeu, sei lá como, a transformar produtos em novos produtos sem nenhum benefício para o consumidor, parece não haver limites para a sede por lucro.

Fornecedores com esta postura são verdadeiras malas-sem-alça!!!


Reclamem!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

PALAVRAS AO VENTO NORTE – 53

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
 (Fernando Pessoa – 13/06/88 A 30/11/35 - foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal)


OLHO VIVO 12: SISTEMA DE SAÚDE DO SENADO

Assisti ontem entrevista do Senador Randolfe no Record News e fiquei abismada em saber que os senadores tem plano de saúde completo e  ilimitado sem pagar um R$1,00 de contribuição. O detalhe é que a cara regalia permanece inclusive para o cônjuge  mesmo após a saída do cargo, ou seja, mesmo que o sujeito tenha ficado alguns meses terá esta benesse até a morte.  
A proposta de Randolfe pede a extinção do atual sistema de saúde dos senadores, que garante o direito a reembolso ilimitado com despesas médicas. Desta forma, eles poderão aderir ao mesmo Plano Médico oferecido aos servidores do Senado.

Acompanhar de perto isso é um dever de todo cidadão, pois esta desigualdade lembra a época do “rei sol”