segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Bayer continua matando abelhas em todo o planeta

Enquanto a companhia alemã Bayer continuar fabricando e vendendo agrotóxicos neonicotinóides, populações de abelhas no mundo todo serão mortas.
“É responsabilidade da Bayer o fenômeno conhecido como transtorno do colapso de colônias (CCD)” – problema da mortalidade de colônias de abelhas – declaram os membros da Coalizão contra os perigos da Bayer, um grupo com sede na Alemanha.
Philipp Mimkes, porta-voz do grupo, revelou que o imidacloprido (Gaucho) e a clotianidina (Poncho) são os inseticidas mais vendidos da Bayer, apesar destes produtos, conhecidos como neonicotinóides, estarem ligados à morte de colônias de abelhas.
Em 2010, as vendas do Gaucho alcançaram a cifra de US$ 820 milhões e do Poncho US$ 260 milhões. Gaucho ocupa o primeiro lugar entre os agrotóxicos vendidos pela Bayer, enquanto o Pancho está em sétimo lugar. “Esta é a razão da Bayer, apesar dos graves prejuízos ambientais, lutar com unhas e dentes contra qualquer proibição na aplicação dos neonicotinóides”, afirma Mimkes.
Na Europa, em vários países o uso dos neonicotinóides foram proibidos. Na Alemanha, Itália, França e Eslovênia o Gaucho foi proibido no tratamento das sementes de milho, que é sua principal aplicação. No entanto, sua utilização é livre em vários países, incluindo os EUA, onde desde 2006, um terço da população de abelha já morreu.
As abelhas polinizam mais de 70 entre as 100 culturas que fornecem 90% de alimentos do mundo. Entre frutas e vegetais, estão, por exemplo, as maçãs, laranjas, morangos, cebolas e cenouras. O declínio na população de abelhas tem efeitos devastadores para a segurança alimentar e é meio de subsistência dos agricultores. Além disso, pode afetar o valor nutricional e a variedade de nossos alimentos.
Um estudo recente das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) descreveu que os pesticidas da Bayer imidacloprido e clotianidina colocam em risco diversos animais como gatos, peixes, ratos, coelhos, pássaros e minhocas. “Os estudos de laboratório demonstraram que estes produtos químicos podem causar a perda de direção, afetar a memória e o metabolismo cerebral e levar à mortandade”, revela o informe da Pnuma.
Devido ao seu alto grau de persistência, os neonicotinóides podem permanecer no solo durante vários anos. Os cultivos onde foram utilizados agrotóxicos anteriormente podem levar as toxinas para o solo através de suas raízes.
Pressão para deter os neonicotinóides
Segundo Mimkes, o grupo “está fazendo campanha contra os neonicotinóides desde 1997, quando os riscos ainda eram praticamente desconhecidos pelo grande público. É preciso pressionar para que a Bayer pare a fabricação e comercialização desses pesticidas, que são responsáveis pelos danos causados ao meio ambiente e por prejuízos econômicos.
A novidade mais importante é que hoje em dia há milhares de informações, artigos e estudos do mundo todo sobre a correlação da exposição aos agrotóxicos, tais como os imidacloprido e clotianidina, e o declínio geral das abelhas.
Os ativistas recolheram 1,2 milhões de assinaturas para exigir que a clotianidina fosse retirada do mercado e elas foram apresentadas ao diretor geral da Bayer durante uma reunião de acionistas. O abaixo-assinado foi em função de uma nota interna dos EUA – agência de proteção ambiental (EPA) – que confirmou o risco que o agrotóxico representa para as abelhas e descreve que a Bayer apresentou estudos insuficientes.
Em 2003 a EPA solicitou que a Bayer apresentasse um estudo do ciclo de vida e os efeitos da clotianidina sobre as abelhas. A Bayer pediu mais tempo para terminar a pesquisa, continuou vendendo o produto e somente em 2007 apresentou o estudo.
Um memorando vazado diz que a EPA concedeu permissão a Bayer para realizar estudo sobre o óleo de canola, em vez do milho, uma distinção crucial já que a canola é um cultivo menor em comparação ao milho. Os testes foram realizados em terrenos pequenos e próximos uns aos outros.
Extraído e adaptado de: Coalizão Contra os Perigos da Bayer, 23/12/2011 (via Em Pratos Limpos).
AS-PTA: Tel.: (21) 2253 8317 :: Fax (21) 2233 8363

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