sábado, 15 de outubro de 2011

CRIANÇA & CONSUMISMO I

Todos meus amigos e colegas sabem que hoje tenho um lindo e amável bebê. Ele veio depois do maior susto que levei na vida, que quase chegou ao fim no dia 30 de julho de 2010.  Que sorte poder refletir aos 39 e continuar! Pois antes desta data eu andava acreditando menos na luta por um mundo melhor, afinal de contas, como bem disse o filósofo (1) “Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada”. Em resumo, se todo mundo se ocupa somente daquilo que, equivocadamente, acredita ser a sua vida (meu isso, meu aquilo,...), a sociedade vai mal e coloca todo mundo, mesmo os que cuidam muito bem de sua “vidinha”, em risco.
A novidade é que meu filho deu concretude às minhas românticas teorias. Hoje, tenho certeza de que a vida só tem sentido se nos preocuparmos com o “outro”, aquele que não conheço, que dirige ao meu lado. Afinal, por mais que o meu olhar só alcance o meu espelho, não tem jeito, dependemos uns dos outros, logo, o mundo somente melhorará [e precisa melhorar], com a redução, por exemplo da violência, se as pessoas quiserem melhorar todos os dias, se eu melhorar a cada dia e assim influenciar meu filho mais ou tanto quanto qualquer outro agente influenciador. Não sei qual será o grau de influencia que eu e meu esposo teremos quanto aos valores que entendemos relevantes para o nosso bebê, mas, estou animadíssima com o desafio. Então, utilizando-se deste meu diário, partilho a leitura do livro “Crianças do Consumo – A infância roubada” de Susan Linn. Afinal, todos nós estamos ligados, e se o mercado de consumo sabe utilizar tão bem as mídias para vender seus produtos, fazendo com que, muitas vezes, compremos “coisas” inúteis, que em nada contribuem para nossa qualidade de vida, quero fazer publicidade também - mas, daquilo que acredito seja bom para o meu bebê e para as crianças, afinal, quem manda no mercado não são as empresas, não são os trabalhadores... porque todos eles dependem do CONSUMIDOR, que desperto, poderá “educar” o denominado mercado de consumo.  (1)Edmund Burke

“Parece que ninguém na indústria da propaganda, quais que sejam suas preocupações pessoais, questiona publicamente a ética ou os efeitos das mensagens de marqueting que brincam com a vulnerabilidade das crianças” (f. 50)
“É verdade que o Ronald MacDonald de fato não diz às crianças que comam hambúrgueres, mas a realidade é que ele trabalha muito bem ao inculcar sentimentos positivos nas crianças de todo o mundo, tudo em benefício da venda de fast-food”. Uma pesquisa feita na Austlália perguntou para crianças: Com quem vocês gostariam de sair para comer?. Mais da metade das crianças entre 9 e 10 anos achava que era o Ronald quem sabia mais o que as crianças deveriam comer (fonte f. 52). (Vê-se que papai, mamãe, avós, professores....todo mundo perdeu para o Macdonalds). Você acha que os pedacinhos de maçã anunciados na TV resolvem a questão?
Fonte: “Crianças do Consumo – A infância roubada” de Susan Linn

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